
Você pode até bater esse pé no chão, como fazia quando era criança contrariada. Quando não ganhava seu doce, seu brinquedo, sua mesada. Como quando abria seu pacote de presente e encontrava o que não tinha pedido. Vestido no lugar da boneca. Sapatos em vez de discos. Você pode fazer manha, bico, beiço. Como quando o passeio era outro, a comida era outra, a música era outra e não a escolhida por você. Como quando a sobremesa colorida só vinha depois do prato todo verde. Chore. Esperneie. Berre. Você pode agarrar a barra da minha calça. Puxar minha camiseta. Você pode chorar rolando pelo tapete. Me xingar, ameaçar. Você pode reagir, me bater, tentar me matar. Pode quebrar as coisas da casa. Há dezenas de copos nos armários. pratos de porcelana. Xícaras de cerâmica. Espelhos. Você pode encher este chão de cacos. pode bater as portas na minha cara. Rachar as paredes. Você pode comprar uma arma. Afiar suas facas. Jogar um laço para me enforcar. Pode interromper meu caminho. Cruzar os braços. Emburrar. Você pode fazer qualquer coisa. Mas esta caneta eu não devolvo. A partir de hoje, Você não muda mais a minha vida. Quem escreve esta história aqui SOU EU.
[E.B.]
Nenhum comentário:
Postar um comentário