você no trem, eu na estação...

Faz tempo que você partiu. O seu corpo preferiu o calor de outros corpos. Parece que foi ontem. Por vezes me pego sentindo o seu cheiro em mim, sinto a sua respiração, a sua transpiração. Sua alma resolveu se desligar da minha, mas eu permaneci exatamente onde você me deixou. Nada mudou e os meus dias têm sido todos iguais. Procuro em alguém um pedaço de você que sei que nunca vou encontrar. O vazio que ficou no seu lugar cresce sem piedade, enquanto eu finjo que estou bem, que não estou totalmente destruída por dentro, tentando em vão tapar os buracos que você deixou. O verdadeiro amor nunca morre. A gente é que vai morrendo aos poucos, todos os dias.