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sexta-feira, 29 de abril de 2011

eterna distância


A vida que insiste em ser vida, quando meu corpo se tornou uma sala de espera.
A vida que exige que eu tome decisões práticas.
As contas. O trabalho que paga as contas.
A viagem. O trabalho que paga a viagem e as contas.
A poeira que se acumula; a ferrugem que entranha; o corpo, sala de espera.
Os dias que são mais desafios do que triunfos. Acordar...
Essa luz que me agarra com seus braços invisíveis de luz.
Essa luz que me obriga a ser.
Não tenho opção. Abandono o meu querer de criança.
Enquanto, diante dos seus olhos, a estrada se abre.
A estrada que te leva......
E que me faz ser menos, quando você é tanto.

(Daniela Lima)


sábado, 9 de abril de 2011

Do caminho que te apresento



Não quero mais ser apenas a mulher fatal, aquela que desatina juízos, desarruma os lençóis e transforma a tua vida num redemoinho doce. Quero ser também a tranqüilidade das tardes sonolentas depois do almoço, a fluidez das horas ociosas. Quero ser canto, colo, aconchego, rotina e abrigo de paredes concretas. E uma ponte para o exterior quando a madrugada inquieta...Quero permanecer mais do que estar, sem me preocupar pra que direção o vento levará teus desassossegos.


Mas, deste caminho que te apresento, faço do convite esta certeza de mãos dadas só no início... Pois há algo que mesmo quem teme , ignora: é possível que a estrada seja engolida: pelas águas, pelo cansaço, pelo desperdício das horas, pelos indícios.

Não acredito mais na idéia de amor romântico, por isso, perdoa se te transformei no homem da minha vida, eu deveria ter deixado que você se tornasse por mérito próprio.

E se percebo que não há garantias é porque nunca as tive: nem nas ausências, nem durante a mais intensa companhia. E destes gritos que abrangem um mar inteiro numa breve manhã ou numa tarde sem carícias, me desvencilho. Quero saber que você existe, que já esteve em mim e comigo, mas que é tão livre para ser quanto eu sou. E que esteja e seja matéria ou substância etérea sem me machucar com tua existência sólida. Não quero que nada sobre você me pese nos dias e nem que a saudade me faça acordar com o olhar mais triste que já tive. Quero saber-te pleno e estar feliz por isto, seja lá qual for o motivo. Quero saber-me plena e casada com o amor, mesmo que você já não seja mais o foco. Há muito alvoroço de mar em mim, deixa que eu viva e escreva por esta Natureza. (Nasci explícita para que ningúem me guarde num segredo.) Sou permanência e transitoriedade. Sou reminiscência e novidade. E sei e sinto e vejo mais do que gostaria.

E, se isto me orienta, também me angustia.
Você sabe, às vezes me falta destreza.
E para que não seja sempre assim tão ácido,
Não sejamos nós,
Antes, sejamos laços:
Desses que se atam e desatam com delicadeza.


(Eu amo esse texto!)



ALOHA!

Um beijo a quem vier...
paz, luz.. sempre!