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quinta-feira, 28 de outubro de 2010


Duas taças e as linhas do teu corpo
e o sorriso envolvido em timidez
os meus olhos dançando no conforto
da tua pele vestida de nudez

Qual um barco que aos poucos toca o porto
minhas mãos buscam, lentas, tua tez
coração insistente de anjo torto
rascunhando arco-iris outra vez

Mas a dor da saudade que me guia
tem a graça de uma eterna presença
que independe de força, regra ou crença

Mas é dor que só causa-me alegria
porque ainda que seja à revelia
só amar-te já é a recompensa..

Revirei-me na cama a procura de uma solução pra tanta dor, tanta lagrima, tanta saudade.

Procurei todos os meus registros ao seu lado e não descobri nenhum motivo plausível para tamanho sofrimento.

Alias, encontrei um.

O amor...

Não o meu por você ou o seu por mim, mas sim o seu por uma terceira pessoa que é completamente recíproco.

E então eu me pergunto onde tudo isso vai parar?

Quando minha dor de não ter sido capaz de te ter vai acabar?

Quando o tempo resolverá ser bonzinho comigo e levar de mim tudo o que me faz sentir dor?

Eu espero que isso aconteça em breve, pois a única coisa que eu posso fazer é entregar todos os meus sentimentos, toda a minha saudade e todas as minhas lembranças ao tempo.

Eu sempre escutei: “Coloque fogo em tudo o que lhe causa dor!”

Essa idéia me deixou completamente tentada a colocá-la em pratica, pois quem sabe assim eu conseguiria respirar mais aliviada, dormir mais tranqüila e deixar o dia passar sem muitas lembranças.

Então eu paro, repenso e descubro que não. Eu não posso colocar fogo em absolutamente nada;

Jamais faria isso com você, com seus beijos, com seu perfume, com seu sorriso, com seus carinhos e com tudo aquilo que um dia foi meu e que por falta de tê-los pra mim hoje me causa dor. Muita dor

É menina, minha única saída é permanecer aqui, de braços cruzados a espera do bendito tempo.

Quem sabe ele chega logo e leva com ele a saudade que você deixou ao partir...


(Raísa Borges in: 'Eu te amo como quem esquece tudo diante de um beijo'.. )

segunda-feira, 18 de outubro de 2010


Fica comigo.
Divide seus silêncios, suas ausências, seus desesperos.
Conta as horas, janta comigo.
Não fuja de mim. Fuja comigo.
Olhe pra mim, olhe comigo!


Outra vez faço um vasculho em minhas insanidades, à espera de um final para os sonhos. Mas, tem instantes que minha amnésia manifesta-se. Ai, mergulho no vácuo criado pela ilusão e alimentado por esses instantes de ausência de sensatez , que hora por outra me acomete. Me perco completamente, entre o sonho, vontades e os infinitos motivos e razões para não querer. De repente, um lampejo, um reflexo, um raio incandescente de razão se mostra, e aos poucos vou recobrando a consciência e o real sentido das coisas.



_ onde vou continuar à procura de uma forma definitiva de lacre, onde não dê mais chances para a loucura fazer a festa.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Olhe o mundo!



"Ela também teve seu coração machucado.
Dilacerado, imagino.
Normal. Desse mal, meu bem, ninguém escapa.
Mas o bom disso tudo é que agora consigo abrir meu coração sem rodeios.
Sim, amei sem limites.
Dei meu coração de bandeja.
Sim, sonhei com casinhas, jardins e filhos lindos correndo atrás de mim.
Mas tudo está bem agora, eu digo: agora.
Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz.
Descobri tantas coisas. Tantas, Tantas.
Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor.
Que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares.
Tantas frases e livros e sentidos.
Tantas pessoas novas. Indo. Vindo.
Tenho só um mundo pela frente.
E olhe pra ele. Olhe o mundo!
É tão pequeno diante de tudo o que sinto.
Sofrer dói. Dói e não é pouco.
Mas faz um bem danado depois que passa.
Descobri, ou melhor, aceitei: eu nunca vou esquecer o amor da minha vida.
Nunca.
Mas agora, com sua licença.
Não dá mais para ocupar o mesmo espaço.
Meu tempo não se mede em relógios.

E a vida lá fora, me chama!"


Fernanda Mello

terça-feira, 12 de outubro de 2010


pendura o coração ao sol, menina
que é de luz que se alimenta
esse músculo que estica e rasga e se arrebenta
sangra, arde, dói, mas não aguenta
bater sem cor, sem lágrima,
sem céu, sem nuvem, sem vento
levanta o olhar e vê
e, quando você menos perceber,

tum tum tum tum tum tum tum

ele vive.


(André Gonçalves, in: Coisas de Amor Largadas na Noite)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010



você não vale um poema. um verso. a rima imperfeita. uma letra para a melodia repetida no silêncio. não vale. você não vale a madrugada perdida. o amanhecer no sofá. a febre. o vômito. o grito. uma foto rasgada. um diário queimado. os cabides quebrados. não vale. você não vale o corte riscando o pulso. um punhado de remédios. os discos tristes. um solo de sax. a mão por horas sobre o telefone. a espera. um carro no poste. um soco na parede. o vaso jogado no chão, você não vale. não vale um espelho trincado. o copo atirado. o gemido atravessando a cidade. o palavrão. não. você não vale o tempo perdido. a teimosia da busca. mas eu lhe procuro. ainda. eu escrevo versos. faço poemas. eu amanheço na febre. acelero contra o muro. ouço discos riscados. engulo comprimidos em punhados. eu vomito. você não sabe, não imagina. mas eu não aprendi. eu ainda faço tudo por alguém que não vale nada.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010


”... Falo assim sem saudade
Falo assim por saber
Se muito vale o já feito
Mais vale o que será
Mais vale o que será
E o que foi feito é preciso conhecer
Para melhor prosseguir...
Falo assim sem tristeza
Falo por acreditar
Que é cobrando o que fomos
Que mais podemos crescer
Nós iremos crescer
Outros outubros virão...
outras manhãs...
Plenas de sol e de luz...”

Os dias estão passando com uma extrema rapidez e eu ainda não consegui descobrir em quem eu me tornei.
Todas as minhas forças se esgotaram de uma forma impressionante;
Voltei a viver tudo o que estava decretado por mim mesmo que não seria permitido;
Eu não ia me envolver ou até mesmo me apaixonar novamente.
Minha vida seria livre e meus relacionamentos seriam apenas por sexo!
E eis que me aparece alguém, um alguém encantador com um cheiro inexplicável e belos fios de cabelos dourados como o sol em pleno verão e então eu consigo esquecer tudo e me envolver, e me deixar levar por um ser que mais parece uma criação divina.
O único problema é que eu não fui capaz de me lembrar que esta criatura com ar de criação divina não passava de uma mulher que possui uma enorme facilidade de pisar em mim e dilacerar alguém que passou a ser tão puro e indefeso.
E para que eu me torne um alvo tão fácil não é necessário muito esforço.
É preciso apenas que ela passe com seu jeito manso e carinho abrindo um leve sorriso pra mim.
Este pequeno gesto me faz perder a cabeça e as esperanças;
Esperança de que tudo volte a ser normal, esperança de que essa "criação divina" decida se sou merecedor do seu amor ou se permanecerei aqui, sentindo essa dor por não ter sido capaz de amá-la.
por Rah Borges
(dia 15/07/10 as 21h50)

ALOHA!

Um beijo a quem vier...
paz, luz.. sempre!