Pages

sábado, 26 de junho de 2010


Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo- quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação...


[Tão tão complexo, tão tão confuso...] =/

quinta-feira, 24 de junho de 2010



"Alice já estava tão acostumada a esperar apenas coisas extraordinárias que lhe parecia bastante monótono e estúpido que a vida continuasse no ritmo normal."



Lewis Carroll
"... Esquecer o espaço, o tempo e o viver.
Perder a noção do que é ter a noção do perder.

[...] fui alegria ao te conhecer.."


Paulinho Moska- Admiração

".. O mundo acorda com pressa
E em breve será recompensado
Com esperanças de que melhores dias virão..
é uma manhã de saudade..
Como uma rosa de verão, eu sou uma vítima do outono
Mas em breve eu estou retornando
O seu amor é o lugar mais quente onde o sol brilha
Minha manhã de saudade.."


(Manhã de Saudade- Ben Harper)

"Moça bonita,
Seu olho brilha
Qual estrela matutina.
Eu também não sei se é..
Imagina minha sina
É o brilho puro da fé
Ou é só brilho feminino
Ou é só brilho de mulher"
Geraldo Azevedo

segunda-feira, 21 de junho de 2010



(...)Tá, eu vou...
- E levo a receita do bolo de chocolate, alguns livros do Quintana, uma bóia amarela, minha bicicleta Ceci de cestinha, uns sonhos desfeitos, caminhos errados e uns mapas futuros...
Tipo, se nada que a gente planejar acontecer. Se nada der certo......
Promete que vai me abraçar?

(...) Pessoas como vc... riem mais, choram mais, odeiam mais, amam mais... Amam mais, principalmente isto. Amam muito mais! É uma espécie de gente inflamável, que está sempre se queimando e se renovando sem parar. De onde nascem chamas tão altas? Muitas vezes não há nenhuma acha de lenha para alimentar o fogo, de onde vem tamanho impulso? Mistério. As pessoas param, fascinadas, em torno desse calor tão espontâneo e inocente, não? Tão inocente... No entanto, tão perigoso, meu Deus. Tão perigoso!

Mandacaru quando fulora na seca....


Não entendia muita coisa. Bem, não entendia era nada. Só sabia que tinha mistério, que era bom de sentir. Importante era estar no mundo, ser mundana. É que coração deseja com força viver com fé. Viver por aquilo que se acredita. Carregar estandarte de sorriso largo. Enxergar o bonito das pessoas. Tem o lado moça-crescida-de-pé-no-chão, mesmo só um. Tento me concentrar nessa dona que coloca as vontades enfileiradas. E ando que nem cigana em dois mundos, lá e cá. Muitas vezes mais lá do que cá. É que no meu mundo, grão de areia é pedra preciosa. Difícil isso hoje em dia. Mas é o que deixa o peso do meu estandarte mais leve nos dias... E tá tudo tão claro aqui dentro de um jeito que eu já estava desacostumada. Encontrei bilhetes bonitos bem debaixo do tapete, na porta de entrada daqui de casa. Vou colocá-los pra dentro. Para mim, notícias "embaixo do tapete" tem significados. Tudo pra mim tem significado. É tempo de boas noticias. É mês de Santos festeiros. Já era hora de encontrar esse "não sei o que" que sempre falta. Pra poder depois começar a procurar de novo. Porque a vida é assim de movimento. Eu sou.


Vanessa Leonardi

segunda-feira, 7 de junho de 2010


'Imaginei por um momento um mundo sem Henry. E jurei que no dia que perder Henry, eu matarei minha vulnerabilidade, minha capacidade para o verdadeiro amor, meus sentimentos, com a devassidão mais frenética.
Depois de Henry não quero mais amor.
[…] Depois de não ver Henry por cinco dias por causa de mil obrigações, não pude suportar. Pedi a ele para se encontrar comigo durante uma hora entre dois compromissos.
Conversamos por um momento, então fomos para um quarto do hotel mais próximo.
Que necessidade profunda dele.
Só quando estou em seus braços as coisas parecem direitas.
Depois de uma hora com ele, pude continuar o meu dia, fazendo coisas que não quero fazer, vendo pessoas que não me interessam.'


Anais Nïn

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Tu hás de estar bem...


- Adeus -disse para a flor.
Mas ela não lhe respondeu.
- Adeus - repetiu o principezinho.
A flor tossiu. Mas não era por causa da constipação.
- Fui muito parva - acabou finalmente por dizer.
- Desculpa. Vê se consegues ser feliz.
Ficou espantado por ela não se pôr com recriminações.
E para ali se deixou ficar, totalmente desconcertado, de redoma no ar.
Não conseguia compreender aquela mansidão, aquela calma.
- Porque é que estás tão admirado?
É evidente que eu te amo - disse a flor.
- Nunca o soubeste, por culpa minha.
Mas isso, agora, já não tem qualquer importância.
Olha que tu também foste tão parvo como eu.
Agora vê lá se consegues ser feliz...
E deixa essa redoma em paz. Já não a quero.
- E o vento?
- Não estou tão constipada como isso...
O fresco da noite há-de fazer-me bem. Sou uma flor!
- E os bichos?
- Duas ou três lagartas terei eu de suportar se quiser saber como são as borboletas.
Parece que são tão bonitas!
E, se não forem elas, quem é que se lembra de me vir cá visitar?
Tu, tu hás-de estar bem longe.
E os bichos maiores, não tenho nada a recear.
Afinal, para que tenho eu as minhas garras?
E mais uma vez exibia ingenuamente os seus quatro espinhos.
Depois, ainda disse:
- Não fiques para aqui a empatar, que me irritas!
Não te resolveste ir embora? Pois então vai !
...Porque ela não queria que ele a visse chorar.
Era uma flor tão orgulhosa...
Antoine de Saint-Exupéry

...


"Sim, a tecnologia é mesmo fantástica,
só que hoje eu queria sumir com você para um lugar
onde não pegasse o celular,
não pegasse a internet,
não pegasse a televisão, mas que a gente, em compensação,
se pegasse muito."




Tati Bernardi

Sim!


'O telefone tocou. Então uma voz que eu não ouvia há muito tempo, tanto tempo que quase não a reconheci (mas como poderia esquecê-la?), uma voz amorosa falou meu nome, uma voz quente repetiu que sentia uma saudade enorme, uma falta insuportável, e que queria voltar...



Eu disse que sim, claro que sim, muitas vezes que sim.'
(Caio F. Abreu - Quando setembro vier)



''Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava. Amor adolescente, pensei. Com certeza, se eu virar mulher, esse amor bobinho passa. Amor de menina boba. Tratei, então, de virar mulher. Quem sabe mudando de casa, esse amor não se mudava de mim? Nada feito. Casa nova, cama nova, novas contas pra pagar. E o mesmo coração idiota. O mesmo amor de sempre. Coisa chata, não?''

quinta-feira, 3 de junho de 2010

um vento cor-de-rosa


Estava enrolada
em teias e traças,
debaixo da escada,
lá no subsolo
da casa fechada.
Começava a tomar ares de desgraça.
Manchada do tempo,
fenecia
a esperar que um dia
alguma coisa acontecesse.
Antes que se perdesse completamente,
sentiu passar um vento cor-de-rosa.
Toda prosa, espanou a bruma,
pintou os lábios
e sem vergonha nenhuma
caprichou no recorte do decote.
A felicidade volta à praça
cheia de dengo e de graça,
com perfume novo no cangote.



Flora Figueiredo

terça-feira, 1 de junho de 2010


Quando o homem que ia casar comigo
chegou a primeira vez na minha casa,
eu estava saindo do banheiro, devastada
de angelismo e carência. Mesmo assim,
ele me olhou com olhos admirados
e segurou minha mão mais que
um tempo normal a pessoas
acabando de se conhecer.
Nunca mencionou o fato.
Até hoje me ama com amor
de vagarezas, súbitos chegares.
Quando eu sei que ele vem,
eu fecho a porta para a grata supresa.
Vou abri-la como o fazem as noivas
e as amantes. Seu nome é:
Salvador do meu corpo.


(Adélia Prado, in: Bagagem)

ALOHA!

Um beijo a quem vier...
paz, luz.. sempre!